quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sou docemente acordada...

O beijo do sol no meu rosto, a língua do sol na minha nuca, a penetrância do seu calor envolvendo meu corpo, pele, pescoço. Alguma coisa me inquieta nas noites roubando meu sono. Eu sonho acordada e planto sementes no dia que raia. Sei que alguma poesia brota do suor da labuta diária e recebo de braços abertos meu cotidiano incerto. Gosto de estar ocupada com meus pensamentos, sinto que as coisas, as cores, pessoas invadem a minha memória momento a momento. E peneiro em cada experiência o aprendizado do agora. É dia de novo, parágrafo ou capítulo reescritos nas minhas frases manuscritas: imprimo na minha letra a força e a delicadeza da felicidade que me adora.

Marla de Queiroz

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Eclosão sórdida


Tudo bem! Eu de fato precisei agarrar essa caneta... Precisei me render.
Sucumbi-me ao desabafo tímido de quem confia na receptividade do papel.
Não entendo bem a obscura e melancólica sensação que, vez ou outra, exerce sobre mim o mais estranho domínio.
É silêncio, é revolta, é um sufocante e doloroso regresso. É qualquer incompletude. Bem difusa...
Diante de meus olhos estão postas todas as possibilidades de se chegar aos mais diversos horizontes, mas o meu ser se aflige porque não encontra a trilha para VOLTAR. Não me é dada mais a chance de corrigir, nem tampouco de compreender o mundo que deixei repousado n’outra estação.
O sentimento que prevalece é impar e confuso.
Visto-me de uma histeria sufocante e silenciosa. Minha voz parece inaudível, extremamente frágil para gritar o fervor de minha existência.
Desejo calmaria, mas quero clamar alguma angústia; Estremeço na tentativa de invocar (convocar) qualquer esperança.
Sinto que meu corpo precisa se exaurir freneticamente para re-nascer.
Anseio eclodir brusca e explosivamente, sem deixar qualquer partícula sórdida imune ao meu compadecimento.
E, conseguindo fazer todas essas coisas, eu finalizaria o rito, suplicando, aos ares, a oportunidade de rasgar o véu e perder o tom; quebrar as vidraças de meu contentamento e, sem temor, mostrar a qualquer transeunte, minha real identidade...

domingo, 27 de maio de 2012

Nesta fila, a família precisa vir primeiro!

 
 "Quem amamos sempre deixamos para depois. Porque é da família e vai entender a urgência de nosso trabalho.

Um minutinho, meu filho./ Já te ligo, amor./ Agora estou ocupado./ É uma ligação importante.

Só que o filho cresce e para de nos procurar.
Só que o pai morre e não descobrimos o que ele queria.
Só que a esposa se cansa da solidão e pede o divórcio.

Reclamamos da fila da Previdência, da fila do SUS, da fila dos bancos. Mas os familiares vivem em fila para serem atendidos dentro de casa.

É a fila do amor que não anda. Do amor que pensa que terá tempo em seguida. O tempo adiante será o mesmo tempo de agora. A mesma falta de tempo.

Filhos pequenos são mendigos em seus quartos, esperando que você desligue o telefone, que você preste atenção.

Maltratamos quem a gente gosta com adiamentos e desculpas. A vida passa e a promessa de conversa não se realiza. E não sabemos o que o nosso menino estudou, o que a mulher criou no trabalho, o que a mãe precisava comentar sobre seu passado.

Abandonamos a família porque desejamos ter calma. Ter folga. Ter férias.

Melhor falar nervoso do que não falar. Melhor um pouquinho junto do que nada. Melhor o rascunho do que a idealização.

Interrompa suas atividades para ouvir a família. Mesmo que seja rápido. Mesmo que seja de qualquer jeito.

A conversa é do momento, a conversa é um momento.

É possível desistir de dizer. É possível perder a vontade.

Não existe como recuperar lembranças.
Cuide da família. Agora!"
 
 
"Fila do Amor", por Fabrício Carpinejar.

sábado, 26 de maio de 2012

Mais um ano de fraternidade!



Nilberto, Nil, meu cabeçudinho... é hoje seu dia, é hoje que os anjos fazem festa em seu favor! Meu desejo é modesto: quero apenas lhe felicitar, por meio de algumas poucas palavras de afeto.
Sabes, e sabes bem, que "mesmo que os anjos te reneguem , que o céu azul perca a cor" (fazendo uma adaptação de uma música que gosto) , mesmo que todos desacreditem de ti, mesmo que eu não consiga demonstrar o que verdadeiramente sinto: aqui, em mim, existe um profundo amor por você, maninho!
E não se preocupe, sempre que você pisar os pés em nosso lar encontrará essa "gordinha", alvo predileto de suas pirraças, de braços totalmente abertos pra lhe receber e lhe cuidar! 
Meu carinho será sempre o mesmo, ainda que mudem todas as circunstâncias de nossas vidas. Peço a Deus que renove suas esperanças e seu sorriso. Que cuide de você e aperfeiçoe cada vez mais sua inteligência (essa que eu considero uma das mais raras que já pude apreciar de perto). Que você seja um canal de paz e amor para as pessoas que contigo convivem. Que seus anos sejam multiplicados e que você tenha a oportunidade de deixar marcas eternas nessa terra, para que todos se lembrem de você como aquele garoto que um dia se emocionou ao sentir que "dentro de ti existia uma luz, que te mostrava por onde deverias andar; e que estavas disposto a aprender, com o MESTRE DOS MESTRES o seu jeito de sonhar". 
Que tu sejas sempre um pai companheiro, um marido fiel, um profissional que ama o que faz, um estudioso aplicado, um filho exemplar...
Que a vida lhe conduza aos melhores portos seguros e que você seja temporariamente feliz aqui, nesta terra, treinando, de tal modo, seu espírito para que ele possa ser ETERNAMENTE feliz em uma nova dimensão que certamente receberá.
Desejo meus sinceros e humildes votos de feliz aniversário. E não encare isso como meras palavras. É amor de verdade o que sinto. É com emoção que me proponho a celebrar esse momento contigo.
FELICIDADES, meu pretoo! Que Deus me dê a graça de poder lhe abraçar por muitos e muitos anos!

(Perdoe-me pela imperfeição no "discurso". Não escrevi com formalidades. Poderá encontrar até palavras inadequadas. Meu desejo foi de apenas despejar, no papel, o grito abafado de meu coração.)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ainda preciso...




Eu só precisava de um tempo,
De um ombro,
Um momento...
Para des(engasgar) essa dor
Para chorar esse sentimento.


**Noite tenebrosa, de choro abafado e reminiscência...
(Guanambi, 24 de maio de 2012)

sábado, 12 de maio de 2012

A solução...

 
A prática do amor aos inimigos é a única esperança para a sobrevivência da 
 nossa civilização. 

[Martin Luther King Jr.]

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Laços...

 
Então o amor e a amizade são isso.
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser laço.

(Mário Quintana)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Como estão as coisas lá fora?




O que acontece do lado de fora do aquário?... idéias, notícias e espiritualidade sobre um mundo que nós não conhecemos. Convido à desligar a TV, se levantar da poltrona e dar uma volta. 

"Nos deram espelhos e vimos um mundo doente." 

(Renato Russo)

Sedução, nas mãos



Nada pode ser mais envolvente do que o enlaçar de mãos.
O toque seduz, enobrece, silencia as ausências
Convida ao sentimento, fecunda o desejo, multiplica as sensações.
Casar as mãos é penetrar a intimidade do outro com excelência.

É aquecer os corações,
É celebrar a beleza de alguma presença.

Sem idealizações!

 
 
"Não existe pessoa certa ou vida errada. Simplesmente nos impulsionamos em direção ao primeiro sinal de amor compartilhado, alguma fagulha ou sensação que utopicamente nos distancie da morte, rejuvenesça, preste algum significado ao ato natural de trocar o ar dos pulmões."

 
(Gabito Nunes)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O amor não deve acabar...



"Amor perdido ainda é amor. Ele assume uma outra forma, só isso. Você não pode vê-lo sorrir, não pode lhe trazer o jantar, não lhe faz cafuné nem rodopia com ele pelo salão. Mas quando esses prazeres enfraquecem, um outro toma o seu lugar. A lembrança. A lembrança se torna sua parceira. Você a alimenta. Você a segura. Você dança com ela. 
A vida tem de acabar - o amor não."

(Mitch Albom)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Ensina-me



 Se puderes, souberes e quiseres,
Ensina-me o jeito de deixar falar...
Permitir abrir,
Fazer chorar o coração.

Não me amas, não te amo!



Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa. O onanista é abjeto, mas, em exata verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso. É o único que não disfarça nem se engana.
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois “amo-te” ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstrata de impressões que constitui a atividade da alma.
Estou hoje lúcido como se não existisse. Meu pensamento é em claro como um esqueleto, sem os trapos carnais da ilusão de exprimir. E estas considerações, que formo e abandono, não nasceram de coisa alguma – de coisa alguma, pelo menos, que me esteja na plateia da consciência. Talvez aquela desilusão do caixeiro de praça com a rapariga que tinha, talvez qualquer frase lida nos casos amorosos que os jornais transcreverem dos estrangeiros, talvez até uma vaga náusea que trago comigo e me não explico fisicamente...
Disse mal o escoliasta de Virgílio. É de compreender que sobretudo nos cansamos. Viver é não pensar.