terça-feira, 29 de novembro de 2011

Um dia flamejante

A vida se configura nessa heterogênea mistura
Num dia, tem frio, tem doce.
Noutro, há calor e febre.
Às vezes, a boca amarga e os olhos viajam.
E os dias vão se mostrando coloridos:
No despertar de algumas manhãs são azuis, são verdes...
São de tantas cores mais,
E, entre mil luzes, bailam...
A outros amanheceres, raiam cinzas. Sonolentos...
No dia que foi o de hoje, meus lábios sorriram ao contrário
E minha alma teve sono,
Mas decidi pintar, o que era meu, de colorido.
Para me despedir da noite, vislumbrando um novo brotar,
Amarelo ouro,
flamejante...

sábado, 26 de novembro de 2011

Uma nova decisão...(A vida é feito uma árvore)



“Não vivemos num mundo em que todas as estradas são raios de um círculo e, se seguidas por uma longa distância, se aproximarão gradativamente para se encontrarem no centro. Na verdade, vivemos num mundo em que toda estrada se bifurca em duas, para em seguida bifurcar-se daí a mais alguns passos (e cada uma delas, por sua vez, se bifurca em duas novamente). E cada encruzilhada exige que você tome uma nova decisão. Mesmo no nível biológico, a vida não é como um rio, mas se assemelha muito a uma árvore. A vida não se move em direção à unidade e, sim, para longe dela. E, à medida em que crescem em perfeição, as criaturas vão se afastando cada vez mais umas das outras. O bem, conforme amadurece, vai se tornando cada vez mis distinto não apenas do mal, mas também de outro bem.”



C.S. Lewis, em "O grande abismo"

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fica combinado


"Fica combinado assim: te dou a lua do sertão, você me dá você pra mim..."



Tem que inventar...

No amor, inventar o outro não dá certo. O que realmente funciona é se inventar.
(Carpinejar)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Encanto, de esmeraldas...



Eu sou do tipo que não sabe explicar o que sente,
Como não soube explicar o que senti quando, mais uma vez, 
em mais um destes meros acasos que a sorte nos dá,
você me olhou,
Com olhos de brilho verde.
Eles, que pareciam coloridos com o encanto das esmeraldas...
Tão longes de mim!
Eles, que, mesmo me olhando, não viam,
Não como eu via, não como eu queria.
Não sei dizer o que senti. Só sei que me deixaria ser pintada, 
Do ínico, até meu final,
Só de verde!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Só guardei...


Então não o ama mais? - Amo. Só guardei isso num cofre. E tranquei. E esqueci a senha. Não porque quis. Foi preciso.

C.F.A

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"O Deus im-potente"



Aqui está outra forma daquele “é bom que eu vá”. É como se dissesse: “por minha ressurreição e o envio do meu Espírito”, substituí o anúncio pela realidade. A partir de agora, nunca mais como antes acalmarei a tempestade. Mas o meu Espírito a acalmará quando vós, tecnicamente, tiverdes construído navios capazes de suportar as ondas. Nunca mais vos tornarei a alimentar a multidão no deserto, mas o farei quando o meu Espírito criador os tiver levado a melhorar os solos e a distribuir suas riquezas. E se nestas tarefas de amor sofreis, eu não posso evitá-lo porque já não estou “entre vós”, mas “em vós” como fonte desse amor, dessa criatividade, dessa pertinácia que vos leva a vos amardes mais solidária e eficazmente. Mais ainda, sou eu que em cada um de vós sofro por causa do mar tempestuoso, do solo árido, da miséria e da alienação. Exatamente como vós. Não vos embarquei numa aventura sem saber se o porto valerá a travessia. A única garantia, a grande garantia que posso dar-vos é o ter-me embarcado definitivamente convosco”.

[Juan Luis Segundo]

A ação de Deus é transcendente, no sentido de que só se torna visível e efetiva através da ação imanente. Dessa forma, Deus não faz coisa alguma ao nosso lado para nos completar, ou, em nosso lugar, suprimindo-nos, mas faz com que nós façamos, pois sustenta nosso ser e nosso agir. No plano imanente, a ação parte da criatura, possibilitada no plano transcendente pelo Criador. Assim, quanto mais “faz” Deus, mais “fazem”as criaturas, quanto mais as criaturas “fazem”, mais “faz”Deus. Onde a criatura falha, Deus também “falha”, porque desde que nos criou decidiu, livremente, nada fazer sem nosso acolhimento e nossa colaboração.

[Paulo Roberto Gomes]

Disponível em: http://edrenekivitz.com/blog/2011/11/deus-im-potente/


**
Isto se assemelha a uma frase que já ouvi de uma grande teólogo: “O milagre se dá por duas vias: uma que é humana e, outra, que é divina”…
E tudo se encaixa perfeitamente, quando compreendemos a figura do livre arbítrio e como uma escolha bem feita, nesse sentido, pode gerar bons frutos!
Deus nos deixa livres, para que façamos algo, para que, através de nossa AÇÃO, ele nos conceda a graça!


Afinal: “quanto mais as criaturas ‘fazem’, mais ‘faz’Deus”…

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Complexo, provocativo II - Minha reflexão...


(Há uma reflexão sugerida por Jung Mo Sung, desenvolvida por Cynara Menezes em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ser-gay-e-pecado/ [Ver íntegra no endereço fornecido] . A grande questão: ser gay é pecado? Eu me propus a ler e expressar, por meio deste, o que penso acerca dessa complexidade.)
É mais do que certo que o evangelho de Jesus pregava a “inclusão dos marginalizados”.
E nem adianta, com nosso moralismo, transcrever textos prontos da bíblia para condenar aquilo que julgamos “errado”.
A questão da homossexualidade é algo muito delicado e que deve ser pensado, e por que não, cuidado, com calma.
 Primeiramente, é bom observar que existem “diferentes tipos de homossexuais”. Hoje, as pessoas OPTAM pelo homossexualismo! E, talvez, o que se pretende é acolher quem, por natureza, já é.
Depois, o homossexualismo, não raro, toma rumos lamentáveis. Tais como o envolvimento com drogas, prostituição, etc. Nesses casos, sim, podemos tomar cuidado com a existência efetiva do pecado.
Afirmo, sem medo de errar, que a mídia, latu sensu, favorece muito essa “desvirtuação” do homem e do homossexual.

Em todo caso, não temos o poder de condená-los. Também não devemos encarar o homossexualismo como algo “bonitinho” que deva ser difundido.
Jesus acolhia, sim, os pecadores e marginalizados, mas pedia-lhes que seguissem e não voltassem ao pecado.
A questão é muito complexa e demanda a “quebra” de muitos conceitos e valores morais que nos foram despejados ao longo dos anos.
O conselho é “não desprezar” os semelhantes. Sobretudo quando temos “razões” para fazê-lo. E, se possível, orientá-los para que assumam suas peculiaridades à luz daquilo que Cristo defendeu.

Pensar, agradecer e AGIR


[...] Admitir que não temos as coisas sob controle é doloroso e quase inaceitável. Usamos a manipulação para tudo. E este movimento é sempre muito sutil, às vezes, até inconsciente. Mas é preciso estar preparado. A vida não nos avisa com antecedência se os próximos instantes serão de alegria ou sofrimento, mesmo quando achamos que estamos fazendo tudo certo.Mas quando há a entrega, quando há uma certa evolução espiritual, uma confiança de que tudo é instrumento para o nosso melhoramento, as adversidades não se tornam menos desconfortáveis, mas a consciência de que esta também é passageira, nos faz focar numa solução, não chafurdar no problema...

Quando tive que colocar ação nas minhas palavras, descobri que a nossa crença deve ser renovada diariamente e que não vivemos apenas do acaso. Mesmo que você tenha encontrado seu grande amor na esquina de uma rua qualquer, foi preciso que você andasse até lá, mesmo que você tenha conseguido o emprego que almejou, foi preciso que alguém te indicasse ou que estudasse o suficiente para tê-lo. Mesmo que você tenha perdido um ente muito querido e não consiga ver possibilidade de restauração desta perda, existem outras pessoas nascendo no mundo e que vão cumprir sua missão nesta existência dentro do tempo concedido a cada um. [...]


(Marla de Queiroz)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Faço esses dois gestos...


Para a intensidade, caminhamos, lado a lado, tete a tete.
Eu gosto de pisar nos teus rastros e de ir pra onde você gosta...
Eu me rendo e sou tua rainha,
E faço esses dois gestos como se tudo fosse até amanhã...
E por ser tão breve e tão sem fim,
Aqui eu fico com o medo e a coragem,
De nada ter e de tudo viver.

(Caty Souza)

domingo, 13 de novembro de 2011

Decifrar-me

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

É minha saudade...


[...]É minha saudade do quintal, das roupas dormindo no varal, do mosquiteiro e das janelas abertas. É minha saudade da facilidade de fazer amigos, do chimarrão na varanda e de brigar sobre política com os vizinhos. É minha saudade de cumprimentar qualquer um que passa pela rua – qualquer um! – sem a necessidade de conhecer. É minha saudade de jogar cartas e rir novamente de piadas antigas. É minha saudade de preparar bolo de surpresa, de cultivar horta, de comprar veneno para formigas. É minha saudade de ser educado e pontual, do artesanato da vida, da carpintaria dos minutos. [...] é a possibilidade de retornar às origens, a uma época em que as crianças saíam a andar de bicicleta e apenas ressurgiam no jantar. E não havia o medo do pior, mas a confiança no melhor.

Ao passar pelo nosso litoral, vejo empresários cortando a grama, jogadores de futebol arrumando o telhado, pesquisadores varrendo a calçada, um mundaréu de gente morrendo de saudade, como eu, das discretas e deliciosas cenas domésticas e interioranas.

(Fabrício Carpinejar)

** É minha saudade também!
Saudade dos tempos outros, onde um olhava o outro
Enxergava, sorria e o respeitava.
Saudade do contato, das horas no quintal, dos muitos risos
Saudade!

O amor faz isso, baby


Quando por ti era paixão, eu me admirei...
E, pela mesma causa, ofertei explicações,
Milhões delas.
Decidi estar por perto,
E, gota a gota, te agradar,
Tudo para afastar o desespero de me ver sem ti.
Mas, porque o amor chegou, pensaste que endureci
Não, não! Não me fui de teu encanto!
É que o amor faz isso com a gente, baby
O tempo nos exige
Aumenta a pouca fome
Pede intensidade, grita por inteireza.
É seu amor que faz isso comigo,
O carinho foi semente,
O calor, um instante de querer.
A chama ardente, baby, só pode ser o seu final.

**
Não pense que mudei. Ou pense isso, mas na certeza de que mudamos juntos.
É que, por ter me dado tanto, seu amor me deixou mal acostumada.
Tornou-me exigente, talvez chata. Não pretendo, nem quero, te deixar (a menos que esse seja seu mais íntimo desejo), mas preciso alimentar o sentimento, na medida de sua fome.
Sabe, é que seu amor é um gigante!
Por ser assim, me fez crescer também;
Deixou-me voraz, insaciável...


**Nilmara Carvalho - 11/11/2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aventurar-se?


"Uma desvantagem das aventuras é esta: quando chegamos aos lugares mais belos, estamos em geral tão aflitos e apressados que não somos capazes de apreciá-los..."
(C.S.L)

** É mesmo assim!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Tu tens um medo...


Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo.
Que te renovas todo dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo.
Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno.

Não ames como os homens amam. Não ames com amor.
Ama sem amor. Ama sem querer. Ama sem sentir. Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar. Sem esperar. Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete Se o amor leva à felicidade, Se leva à morte, Se leva a algum destino. Se te leva. E se vai, ele mesmo...

Não faças de ti Um sonho a realizar. Vai. Sem caminho marcado.
Tu és o de todos os caminhos. Sê apenas uma presença. Invisível presença silenciosa. Todas as coisas esperam a luz, Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti, Sem te falarem.
Sem lhes falares. Sê o que renuncia Altamente: Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!

Abre as tuas mãos sobre o infinito. E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto! O que tu viste amargo, Doloroso, Difícil,
O que tu viste inútil Foi o que viram os teus olhos Humanos, Esquecidos...
Enganados...

No momento da tua renúncia Estende sobre a vida Os teus olhos
E tu verás o que vias: Mas tu verás melhor...
... E tudo que era efêmero se desfez.
E ficaste só tu, que é eterno.

(Cecília Meireles)


Códigos da viagem II

À la Chapolin


Não tenho notícias de como (ou se) essa informação, conforme consta no subtítulo, fora fielmente repassada a seu protagonista, mas contarei assim mesmo!
Nossa viagem à Conquista foi, sem dúvidas, mais uma daquelas experiências que, de tão divertida, acaba por lavar a alma da gente.
O caso da vez é que, em pânico, por estar totalmente desnorteado em cidade alienígena, e também, temendo perder a hora e não encontrar o hotel onde estávamos hospedados, meu nobre irmão começa a perder os sentidos...
O fato é que tudo parecia conspirar para nosso extravio: chuva, frio, ausência de transeuntes informantes ou presença de transeuntes mais desinformados que nós, além de uma infinidade de coisitas mais, cuja enumeração eu não seria capaz de fazer.
Não por outro motivo, ele (meu irmão) resolve abrir o vidro de sua janela por completo! (Não sei se para respirar melhor, ou se para sentir, com maior intensidade, o frio – ainda não me decidi entre as premissas!).
Justo nesse belo instante, um delicado motorista nos aparece e (suspeito que ele tenha sentido um enorme prazer ao fazer isso) lança, bruscamente, seu carro numa poça gigante, formada, lógico, pelo dilúvio conquistense. Resultado?
Deste ato nos restou uma camisa seminova encharcada, além de um moçoilo deprimido, e agora molhado, um pouco mais bravo e, para meu prazer, sobrelevadamente, mais engraçado.
Amando o prato, um dos guris que nos acompanhou, ao chegar ao hotel, reproduz, para mim, a cena outrora vivida e, após fazer um belo “deboche corporal”, associa a amarga experiência de meu maninho com as peripécias cometidas à moda Chaves e Chapolin.
Por essa eu jamais esperava!
Depois disso, só me restou adentrar o “meu” lindo quarto e explodir em risos.

Códigos da viagem

- FAINOR -



Viajar é sempre algo muito interessante.
Já amava isto, antes mesmo de conhecer própria saída de minha cidade.
Porém, há um detalhe mais interessante do que a viagem em si: conhecer (e bem) o destino almejado!
Sem mais delongas, o caso foi o seguinte: meu irmão, Júnior, empolgadíssimo com um evento na terceira maior cidade da linda Bahia, onde ele, (nem tampouco eu) jamais pisou até então, resolve convidar uma galera, composta por dois guris e essa nobre moçoila aqui, para acompanha-lo.
Eu, como verdadeira Maria-asfalto, e, bem assim os rapazotes, aceitamos, imediatamente, o famigerado convite!
Fomos nós, lindos, felizes, e, claro, confiantes nas orientações de Ricardo, o guri que se considera o maior veterano em visitas à bendita cidade.
Estrada vai, cidades vão, e, de repente, já nos vemos diante da entrada da dita e eis que surge nossa primeira surpresa:
Ricardo diz: “Pera ai, entra é aqui, ou na outra estradinha pra chegar na avenida tal!? Calma, gente, é que eu me confundo com essas bifurcações, não tem jeito!”
Tudo bem, pela bifurcação, ele está perdoado. Normal, eu também sou péssima nisso, o importante mesmo é que o moço conhece Vitória da Conquista como a palma de sua mão!
“Relaxa, gente”, sugeri. Nós encontraremos qualquer ponto, dali em diante, num piscar de olhos, Ricardo conhece o lugar!
Eu, meio descrente de minha própria suposição, acabei por confirmar, pouquíssimos instantes depois, que Ricardo estava mais perdido do que minha sobrinha de dois anos, quando solitária, em meio a uma multidão!
Nosso maior objetivo, num determinado momento, era encontrar a FAINOR, uma faculdade muito conhecida, fácil de ser localizada por qualquer VETERANO!
Não houve problema algum então, certo?
ERRADO! Tivemos que contornar praticamente a cidade inteira para encontrar o tal ponto, o qual nem era, destaque-se, nosso maior alvo, mas um norte para tal.
Como se não bastassem a chuva, o frio, as dimensões da cidade e a sinalização mais pra menos do que pra mais, nos deparamos com simpáticos informantes: os conquistenses de plantão! Esses mesmos, que têm versões absurdamente distintas para orientar qualquer visitante.
A média é mais ou menos essa: a cada três perguntados, um diz que a FAINOR fica para a direita, outro diz que é preciso rumar à esquerda e o outro, enfim, convicto, afirma que, para estarmos diante da bendita faculdade, o certo é seguir em linha reta!
Enfim, optamos por seguir a intuição de Júnior, e também de alguns informantes. (Eles não afirmam, eles supõem a direção).
E nessa de obedecer às intuições, gastamos horas no trânsito, à tarde, procurando a FAINOR, e do mesmo modo à noite, na hora exata do evento, quando, depois de encontra-la (em tese) nos perdemos mais uma vez, como quem nunca havia passado pelo local antes.
Não sei por que, mas, quando ouço ou vejo algum anúncio relativo à “FAINOR”, sinto uma vontade de cair em gargalhadas, ou, se não isso, chorar rios de tristeza!
Ah, FAINOR que me divertiu!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Simplesmente acontece




"O imprevisto acontece e alguém te encontra. E te reencontra. Te reinventa. Te reencanta. Te recomeça."

(Gabito Nunes)

** É tão assim!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Levito


Isto me parece uma estranha paz.
Silêncio!

Nada de vento,
Nem vozes,
Nada!

Somente uma escuridão tímida e inofensiva.
Sem sono, nem vontade de ir embora,
Experimento uma estranha e crescente paz.

Será que me acalma?
Não, congela...
Paralisa-me?
Não, me desenha algo. Bem meu.
Acho que era um turbilhão,
Bem diferente. Mais comportado, 
Harmônico e Paciente.

Eu bem que deveria estar agustiada agora.
Mas só permaneço assim,
calada.
calma,
quase adormecida.

Ao fim, com os olhos muito ativos
E o pensamento, desesperadamente, nulo

Eu

Levito...
Levito. Levito e
Rabisco algum papel...

(Agora, porém, ao escrever esta postagem, apenas concluo:
Definitivamente, aquela não era eu!)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Me voy


Que pena, mas adeus...


Sei que algo melhor (bem melhor) me espera.

Continuidade...



Ressurreição é esperança, fundada na fé na ressurreição de Jesus. Dia de finados é dia de relembrarmos da nossa mortalidade.
(Jung Mo Sung)


Oh, quão belo! Há sempre alguém me ajudando a refletir, me ajudando, com simples palavras, a ser um pouco melhor!
Isso que transcrevi, logo acima, é uma linda e interessante verdade.

Talvez o maior objetivo desse dia não seja o "de prestar homenagem" a quem se foi, no sentido de reclamar sua falta, nem tampouco de questionar os motivos da ausência, esta mesma, que, para alguns, é tida como "definitiva".
Talvez uma missa ou uma oração, um pedido, um clamor, ou  uma intercessão, a essa altura, não sejam mais eficazes...

 A vida já floresceu e secou! Ao tempo em que floria, é que precisava ser cuidada.
Ao tempo em que floria, é que era devido  fazer, das flores, mais belas, mais perfumadas, também de retirar, das flores e da vida, os espinhos, para, assim,  presenteá-las aos demais.
Ou presentear ao menos com a dança da simples e confortável atenção sem espinhos, ou da simples e delicada companhia

Penso que o objetivo mesmo seja este, que Jung desenhou em simples palavras: "relembrar nossa mortalidade". Proporcionar a reflexão de como têm sido nossos dias.
De como estamos cuidando dessa vida que dança, que aflora, que nos dá tantas oportunidades.

Quanto aos entes queridos, que já se foram: Nós TEMOS FÉ NA RESSURREIÇÃO!

Nada se acaba, pois, para nós, também nesse aspecto, "as brasas restantes de antigos fogos, arderão novamente", seguindo a continuidade da vida.

E, com fé, arderão com mais vigor, com mais brilho e beleza!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Partir



"Será que me convém sair assim cortando estrada?"


** Confesso que não sei! Mas cismei em rumar a algum lugar.
Insisto que preciso encontrar-me, outra vez. Num canto onde, talvez um dia, tenha me perdido.
E sinto que foi longe, sinto que tenho muito para andar...

Será?



"Nenhum amor, há tanto tempo, ando até pensando que amor é como uma espécie de fantasia com o Papai Noel, (...). Será? Por favor, me desmente. " 

"Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico."

Caio F. Abreu