terça-feira, 23 de outubro de 2012

Eu me delato, tu me relatas...


"Eu vou te contar, que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza a você,
Ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa...
Você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou é a mentira da aparência do que você é.
Por que eu , eu não sou o meu nome, e você não é ninguém!
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível da aproximação Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa.
Eu quero que você me veja nua, eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada, te denuncia e te espelha...
Eu me delato, tu me relatas,
Eu nos acuso, e confesso por nós.
Assim, me livro das palavras,
Com as quais você me veste . " 

(Fauzi Arap)

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