“Acho
que a maioria de nós tem isso, esse hábito potencialmente destrutivo de manter
registros mentais que se acumulam, se distorcem, depois se quebram e se
espalham até os confins mais distantes da razão e da consciência. O que fazemos
é acumular a dor, coleciona-la como peças de vidro vermelho. Nós a exibimos, a
empilhamos. Até que ela se torna uma montanha na qual podemos subir, esperando
e exigindo emparia e salvação. ‘Ei, está vendo isto aqui? Está vendo como é
grande a minha dor?’ Nós olhamos para as pilhas dos outros, as medimos e
gritamos: ‘Minha dor é maior que a sua’”.
(Marlena de Blasi, em: Mil dias em
Veneza).
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