terça-feira, 6 de setembro de 2011

Tempo


A gente passa a infância inteira sonhando com a adolescência. O Desejo é que ocorram mudanças radicais! Projetamos em nossas mentes um novo corpo, novos gostos, sabores e amores. Queremos o avançar dos dias para podermos, logo, trilhar sozinhos.
Na adolescência, arquitetamos um novo querer: vislumbramos a independência do adulto e sonhamos com o dia em que abandonaremos definitivamente o peso dos tantos conflitos, comuns da fase que, sábia e lindamente, nos foi presenteada.
Mas, quando, enfim, nos tornamos adultos, os sonhos são perdidos e o caminhar incessante, apressado e vigoroso não nos interessa mais, pois, teoricamente, o destino que nos aguarda é a velhice e, como bem se observa, adulto tem mania de desprezar, equivocadamente, a velhice.
Seja no auge na virilidade, seja no beirar da maturidade, precisamos conjugar o tempo. Porque tempo pra nós é verbo, tempo pra nós recebe conjugações distintas a depender da etapa vivida.
A vida ultrapassa estações e, com muita pressa, avança fases.
Então, nos esforcemos mais, para que os sonhos de agora não sejam esmagados pelo peso do futuro, nem tampouco pela sombra nostálgica do que já não mais existe.
Que os sonhos de agora tenham cara de presente e nos molde para viver de forma bonita tudo que de bom nos é apresentado. Com muito amor, sem pressa.

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